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PLURAL: os textos de Suelen Aires Gonçalves e Silvana Maldaner

  • 50 anos do 20 de Novembro:
    Todos contra o racismo
    Suelen Aires Gonçalves
    Socióloga e professora universitária

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    Olá, Leitor(a).

    Nosso texto da "Coluna Plural" vai trazer elementos sobre o movimento negro para o 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. E como tal data tem um valor simbólico e estratégico sobre o resgate da contribuição da população negra para com a história, cultura e economia nacional. A data marca a morte de um dos maiores lutadores contra a escravidão no Brasil, Zumbi dos Palmares, que foi morto em dia 20 de novembro de 1695, no Quilombo dos Palmares que localizava-se na Serra da Barriga, na então Capitania de Pernambuco, região hoje pertencente ao município de União dos Palmares, no estado brasileiro de Alagoas.

    E no século XX, a data passou a ser celebrada pelo Movimento Negro a partir da década de 1960 como uma forma de valorização da comunidade negra e da sua contribuição na história do país. Hoje, a data é oficializada pela lei nº 12.519/2011 e celebra a resistência do povo negro contra a escravidão e a luta contra o racismo no Brasil. Celebrar o 20 de novembro em 2021 é , sem dúvidas, lutar contra o desmonte do Estado e contra a política de morte implementada pelos governantes.O descaso no combate a pandemia, o aumento da fome, do desemprego, a alta geral dos preços e o consequente caos econômico e social por qual passa o país impacta primeiramente e com mais intensidade à população negra e pobre.

    Essa data lembra a morte de Zumbi dos Palmares. É uma ideia de pensar uma data que celebra a construção dessa nação (Brasil) a partir da perspectiva dos afrodescendentes. E começou aqui no Rio Grande do Sul, em 1961, ou seja, 50 anos, quando nosso querido poeta Oliveira Silveira, fundador do Grupo Palmares, apresentou essa ideia de ter uma data que fizesse um contraponto ao 13 de maio. Era para que houvesse um dia para celebrar a consciência negra, a cultura, celebrar a contribuição do povo negro para o Brasil. Celebrar o 20 de novembro é celebrar todo esse processo histórico e reconhecer o tanto que o povo negro vem contribuindo para essa nação.

    Queime a ponte
    Silvana Maldaner
    Editora de revista

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    Quando tinha dezesseis anos, vim morar sozinha em Santa Maria e tomei decisões muito difíceis. Na época minha irmã mandou pelo correio o Livro dos Jovens, de Masaharu Taniguchi que abordava a importância de acreditar nos sonhos. 

    Uma das coisas mais impactantes que aprendi foi sobre destruir a ponte que acabamos de atravessar.

    Encerrar ciclos com pessoas e lugares que não fazem mais sentido na nossa vida.

    Largar, desapegar, deixar fluir o caminho natural, não se limitando a histórias do passado e a sapatos que não servem mais.

    Quando você canaliza sua energia no seu crescimento emocional, espiritual e intelectual novas janelas são abertas. E nesse processo percebemos que muitas pessoas saem de nossa vida, que as relações e crenças mudam, que coisas que antes eram prazerosas e divertidas já não fazem mais sentido e não tem valor.

    Todo processo de amadurecimento é uma verdadeira desintoxicação interna e externa. E uma ressignificação de hábitos, companhias e lugares.

    Automaticamente nos sentimos afastados do que não nos agrada e não contribui com nosso propósito de vida.

    Isto não quer dizer que não há mais sentimento, carinho, afetos. Apenas uma questão de energia que não tem mais ressonância e nem sintonia.

    A energia é o maior filtro da nossa vida. Tenho certeza de que tudo que for profundo e verdadeiro permanecerá de alguma forma e voltará a nos encontrar.

    A vida é feita de ciclos e todas as vezes que evoluímos para uma versão melhor, a vida traz exatos elementos que combinam com ela e nos fazem crescer.

    Aprendi a não ter medo de encerrar ciclos com pessoas e lugares. Para nosso bem, para nossa paz, é importante completar trajetórias e finalizar histórias com ponto final naquilo que é necessário.

    Por isso a importância de queimar a ponte. Para seguir em frente, para não ter que olhar para trás, para não viver de um passado que não existe mais. Para não viver no conflito de passado e futuro, se perdendo no presente entre a duvida de voltar ou seguir em novos caminhos.

    A realidade de ontem já não existe mais.

    Não podemos carregar nas costas uma relação acabada, ou manter no coração o looping do passado.

    Quantas pessoas vocês conhecem que vivem de passado a repetir o mantra do sofrimento como um disco furado que roda em círculos a mesma falha? Ou então se vangloriando dos feitos que não representam mais nada hoje?

    E preciso destruir a ponte para olhar sempre em frente e estar aberto a novas e grandes possibilidades que o caminho nos reserva.

    Gratidão, reconhecimento e respeito pelo que passou é fundamental, tanto quanto ressignificar as dores, para abrir a janela para um mundo novo.


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